Um panorama sobre o desempenho dos produtos de LEDs
Ocorreu nos dias 2 e 3 de outubro o I Workshop de iluminação a LED promovido pelo CEPEL no Rio de Janeiro. Neste evento que reuniu empresas de diversos seguimentos como entidades de classes, fabricantes, importadores, laboratórios, concessionárias de energia, prefeituras e projetistas, foi possível ter um panorama geral da tecnologia LED e do desempenho de alguns produtos disponíveis no Mercado.
O evento foi bastante rico em informações técnicas e análises de produtos de LED do ponto de vista de desempenho, viabilidade econômica e movimentações para regulação do Mercado.
Todos concordam que a tecnologia LED não terá volta e ocupará o espaço de luminárias e lâmpadas convencionais, uma vez que a qualidade e desempenho luminoso vem aumentando significativamente ano após ano e o preço se tornando mais acessível.
Contudo, foi apresentado dados interessantes quanto a real situação dos produtos disponíveis no Mercado. Dois trabalhos apresentaram o desempenho de lâmpadas de LED (lâmpadas com base E27 e tubulares de 600mm e 1200mm) e luminárias públicas sob a ótica dos ensaios laboratoriais e comparação com pré-requisitos de desempenho e eficiência energética da Energy Star e da futura Portaria do Inmetro para avaliação de luminárias públicas de LED, respectivamente.
A caracterização desses produtos sob a avaliação de ensaios de durabilidade mostraram alguns dados críticos como altas reduções de fluxo luminoso nas lâmpadas de LED , variação de temperatura de cor e reprodução de cor em um período de 6000 horas de medição.
Os gráficos a seguir indicam a depreciação luminosa dos LEDs nas amostras de lâmpadas tubulares de 600mm (Gráfico 1), 1200mm (Gráfico 2) e nas lâmpada com base E27 (Gráfico 3).
Gráfico 1: Depreciação do fluxo luminoso – lâmpadas tubulares de LED 600mm
Gráfico 2: Depreciação do fluxo luminoso – lâmpadas tubulares de LED 1200mm
Gráfico 3: Depreciação do fluxo luminoso – lâmpadas LED com base E27
De acordo com o programa americano Energy Star, para uma vida declarada de 30.000 horas, o fluxo luminoso medido a 6000 horas deverá ser de até 93,1% do fluxo luminoso inicial, assim 80% das amostras não passariam neste requisito para as lâmpadas tubulares de 600mm, 29% não passariam para as tubulares de 1200mm e 50% das lâmpadas com base E27, teriam vidas inferiores a 30.000 horas.
Nas luminárias públicas de LEDs, o CEPEL avaliou 13 modelos diferentes. O estudo também considera medições a cada 1000 horas por um período de 6000 horas para avaliação da depreciação do fluxo luminoso e da variação das características cromáticas de temperatura de cor e índice de reprodução de cor.
Para uma vida declarada de 50.000 horas e manutenção do fluxo luminoso de no mínimo L70, a luminária deve apresentar manutenção do fluxo luminoso a 6.000 horas de 95,8%, ou seja, depreciação de no máximo 4,2% e para obtenção do Selo Procel, a depreciação de no máximo 3,0%, com eficácia luminosa mínima de 80lm/W.
Da amostragem analisada apenas duas amostras apresentaram depreciações superiores às estabelecidas, porém observa-se pela Tabela 1, que apenas uma luminária conseguiria obter o Selo Procel. A maior parte das amostras não atenderiam aos requisitos de classificação da distribuição das intensidades luminosas.
Tabela 1: Comparação dos resultados de conformidade com os requisitos de etiquetagem ENCE e PROCEL
Analisando-se os dados, conclui-se que identificar os bons produtos dos produtos de baixo desempenho acaba-se tornando o maior desafio desse setor atualmente. Fica clara a necessidade de regulação do setor através do programa de etiquetagem do INMETRO e necessidade de ampliação da capacitação laboratorial para análise de produtos, visto que um produto com baixo desempenho pode acarretar a perda de confiabilidade na tecnologia junto ao consumidor final.