Mudanças e novidades com a publicação da NBR5101:2024
Por Alisson Dias Junqueira e Juliana Iwashita
Após 7 anos de trabalho da Comissão CE-03:034.04 – Aplicações Luminotécnicas e Medições Fotométricas da ABNT, foi publicada em 25 de março de 2024 a revisão da norma NBR5101: Iluminação viária – Procedimentos.
Esta norma especifica os procedimentos e requisitos aplicáveis aos projetos de iluminação viária, seja pública ou privada.
As novas regras trazem atualizações e melhorias para a Iluminação viária, e se aproxima da norma europeia equivalente, a EN13201, trazendo adaptações para a realidade brasileira.
As classes viárias passam de duas (V e P) para três (M, C e P), e cada classe tem agora seis gradações. A classe M se aplica a vias para uso exclusivo de veículos motorizados, a Classe P para vias de pedestres (e veículos equiparados), e a classe C se aplica a áreas de uso misto, compartilhado entre motorizados e não motorizados. A forma de classificar as vias se tornam mais detalhadas e precisas.
As malhas de projeto e medição mudaram, agora são mais pontos, e as faixas de pedestres ganham malha de iluminância vertical.
Esta norma reflete a preocupação crescente da sociedade com a poluição luminosa e com usuários não motorizados. Neste sentido a nova NBR 5101 traz várias recomendações e limitações para minimizar a poluição luminosa causada pela Iluminação viária. Por isso aparecem os limites de temperatura de cor percebida (Tcp) da luz, onde o máximo é 3000K em faixas de pedestres, 2200K em vias locais e 2700K nas demais vias. A norma recomenda 1800K para áreas ambientalmente críticas.
Com a limitação das temperaturas de cor espera-se a redução da emissão de componentes azuis da luz, prejudiciais ao ciclo circadiano humano e ao meio ambiente. Contudo, como até o momento da publicação da norma, inexistiam luminárias certificadas pelo Inmetro com temperaturas de cor abaixo de 3000K, a norma foi publicada com uma nota técnica que aponta a necessidade de adequação do mercado.
A norma apresenta também nova classificação fotométrica, o BUG, e indicadores de eficiência energética: Dp e De, respectivamente densidade de potência instalada e densidade de energia consumida em um ano na via, sendo novas formas para avaliação de produtos e soluções para uma mesma via.
Em suma, a norma está mais completa, detalhada, aderente a normas estrangeiras, melhor adaptada à realidade brasileira e reflete uma maior preocupação com a poluição luminosa.
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